Casos clínicos
Casos clínicos do antes e depois relativos ao tratamento de varizes
Antes
Depois
Antes
Depois
O que é a Radiofrequência?
A Radiofrequência é um procedimento minimamente invasivo para o tratamento de varizes.
Este método utiliza a energia da Radiofrequência para aquecer a parede da veia, através de um cateter que é colocado no seu lúmen. O aquecimento provoca encolhimento das fibras de colagénio que fazem parte da parede do vaso.
O diâmetro da veia é reduzido e, simultaneamente, as proteínas do sangue são desnaturadas pelo calor, obliterando o vaso.
Nos 10 a 12 meses seguintes a veia acaba por fibrosar completamente, tornando-se indetetável ao exame ecográfico, sem que na realidade tenha sido extraída.
Tratamento de Radiofrequência
Todo o processo é rigorosamente controlado por um gerador computorizado que ajusta os níveis de energia para alcançar um aquecimento constante da parede do vaso, tipicamente entre os 85º e os 90ºC.
É um método alternativo ao stripping da veia safena para eliminação do seu refluxo, que evita a habitual incisão na prega da virilha e as suas potenciais complicações. Além disso, a ausência de dissecção cirúrgica permite manter intacta a drenagem linfática da parede abdominal e dos membros inferiores.
Preparação da Radiofrequência
A escolha do método anestésico é habitualmente feita entre o médico e o paciente. Contudo, a anestesia local apresenta muitas vantagens neste caso. Estando acordado, o doente pode comunicar se sentir alguma dor que possa resultar de aquecimento pelo cateter, através da veia, do nervo cutâneo sensitivo que está na sua proximidade. É também desejável o início rápido da deambulação após a intervenção, que pode ser atrasado com a recuperação de uma anestesia geral.
Técnica de Radiofrequência
O paciente é colocado em posição deitada e é administrada anestesia local para inserção do cateter de radiofrequência na veia. Este é inserido habitualmente abaixo do joelho, no ponto em que a veia se encontra mais próxima da superfície cutânea. Para isso, é feita uma pequena “picada” na pele através da qual se punciona a veia para introduzir o cateter, cuja extremidade é colocada, através de controle ecográfico, imediatamente abaixo da zona de confluência da veia safena com a veia femoral, isto é, ao nível da virilha.
Quando o cateter está adequadamente colocado, é aplicado um fluido anestésico em torno da veia. Tal é conseguido através de punções na pele, ao longo do trajeto da veia. O objetivo é envolver completamente a veia, a ela restringindo o efeito de aquecimento, evitando assim afetar significativamente as estruturas cutâneas e nervosas adjacentes.
Findo este processo, o doente é colocado em posição de Trendelenburg, ou seja, com as extremidades inferiores elevadas a cerca de 20º. O aquecimento é controlado por um gerador computorizado e a passagem do cateter pela veia é feita a uma velocidade de cerca de 2 a 4 cm por minuto.
Quando se termina, é feito um controlo ecográfico para confirmar a obliteração da veia safena e a permeabilidade dos vasos profundos.
Cuidados a ter depois da Radiofrequência
No fim do procedimento, na generalidade dos casos, é calçada uma meia de contenção elástica até à raiz da coxa.
O paciente é encorajado a deambular precocemente após a intervenção e em alguns casos pode mesmo retomar a sua atividade laboral no próprio dia.
No espaço de cerca de 5 dias deverá ser reavaliado pelo médico e efetuar um ecodoppler para confirmar a ablação venosa e a ausência de extensão do trombo à veia femoral.
Riscos da Radiofrequência
Trata-se de um método seguro e eficaz, com um período de convalescença curto, permitindo um retorno precoce ao trabalho e às rotinas diárias.
As complicações são raras e o período de convalescença diminuto.
Descrita em cerca de 1% dos procedimentos, a ocorrência mais grave é a trombose venosa profunda como resultado da extensão do trombo para a veia femoral. O seu tratamento baseia-se geralmente na administração de fármacos hipocoagulantes, tal como nos casos de trombose venosa profunda por qualquer outra causa.
Queixas de perda de sensibilidade ou sensação de dormência no trajeto da veia tratada, traduzem lesão nervosa e são atualmente uma complicação muito rara graças aos novos dispositivos, à instilação de anestesia tumescente em torno da veia e à restrição da aplicação do método ao segmento acima do joelho, onde o trajeto do nervo sensitivo não é tão próximo do da veia.
A ocorrência de queimaduras cutâneas praticamente está extinta com a aplicação de tumescência. Deve contudo ter-se atenção a todos os detalhes nos casos de pernas magras, em que o trajeto da veia é mais superficial, aumentando o risco de queimadura.
Podem ocorrer flebites com este método, tal como com qualquer outro tratamento de varizes em resultado da trombose de sangue residual entre os segmentos obliterados. Algum grau de flebite é inerente ao próprio método terapêutico, uma vez que ocorre uma lesão “controlada” da parede da veia, pelo calor. As queixas habituais são de dor local e rubor na pele suprajacente à veia tratada. Habitualmente, a situação regride espontaneamente ao longo de algumas semanas, estando apenas recomendado tratamento sintomático, com analgésico e anti-inflamatório.
Os doentes podem ainda descrever uma sensação curiosa, mais frequentemente durante a segunda ou terceira semanas após a cirurgia, que consiste numa sensação de estiramento no trajeto da veia, na face interna da coxa, quando esticam ou fletem a perna tratada. Tal pode representar um processo inflamatório que ocorre à medida que se dá a cicatrização após a lesão infligida pelo calor. Esta sensação habitualmente regride totalmente ao longo de várias semanas.
Outros Tratamentos para Eliminar Varizes
Fontes:
- Varicose Vein Treatment (Endovenous Ablation of Varicose Veins) (2019) – https://www.radiologyinfo.org/en/info.cfm?pg=varicoseabl
Nota dos autores
Estes textos visam uma divulgação generalista. Procurou usar-se linguagem adequada à informação do público em geral. Pretende-se, ainda assim, que as noções apresentadas sejam as mais corretas à luz do conhecimento científico atual, embora de modo claro, mesmo para o leitor sem formação nesta área.
Biografia dos nossos Médicos de Cirurgia Vascular
Dra. Joana de Carvalho
Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular
Licenciada em Medicina e Cirurgia iniciou a formação específica em Angiologia e Cirurgia Vascular em 2005, no Hospital de S. João. Obteve o grau de especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, submetendo-se, posteriormente, ao exame de certificação europeu, obtendo o título de Fellow of the European Board of Vascular Surgery. Realizou o curso Master em Fleboestética e fez certificação na técnica CLaCS (Cryo-Laser & Cryo-sclerotherapy), ambas no Brasil. Mantém presença assídua em revistas com artigos temáticos na área da cirurgia vascular, bem como em programas de televisão onde aborda o problema do crescimento das varizes e explora as soluções para o tratamento de derrames e varizes.
Professor Dr. Sérgio Sampaio
Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular
Licenciado e Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Fellow of the European Board of Vascular Surgery e membro de várias sociedades científicas, tais como Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-torácica e Vascular, European Society for Vascular Surgery e Mayo Clinic Alumni Association. Dá aulas como Professor Auxiliar Convidado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Assume desde 2009 a coordenação da equipa de Cirurgia Vascular do Hospital Privado da Boa Nova e inicia funções como delegado nacional em representação da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular.
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