Se quando caminha ou faz exercício sente uma dor que o obriga a interromper a marcha, sofre possivelmente de claudicação intermitente, uma condição causada por um deficiente aporte sanguíneo às pernas.
Claudicação Intermitente: causas e sintomas
Na sua origem está um bloqueio nas artérias que conduzem o sangue rico em oxigénio e nutrientes até aos músculos.
Este “bloqueio” ou obstrução é, mais frequentemente, causado por aterosclerose. Assim, se a claudicação intermitente, por si só, não é perigosa, ela pode ser o sintoma mais óbvio de um problema grave no seu sistema circulatório.
Pode ser um sinal de alerta para doença noutros territórios: cerebral e cardíaco.
A claudicação intermitente caracteriza-se, então, por uma dor que ocorre com a marcha, obrigando à sua interrupção e que resolve com uma pausa na marcha (mais ou menos prolongada).
Não é, no entanto, o único sintoma de que algo não está bem com as suas artérias. Também pode notar:
- Palidez;
- Sensação de arrefecimento nos pés;
- Perda de pelos nas pernas;
- Distrofia das unhas.
Em situações mais graves, pode ocorrer dor mesmo em repouso.
É uma dor muito intensa, que impede o descanso noturno e alivia com a pendência do pé (isto é, na posição de sentado).
Efetivamente, a doença arterial periférica, deixada por tratar e não controlando os fatores que para o seu desenvolvimento concorrem, irá agravar progressivamente.
À medida que a gravidade aumenta, a claudicação intermitente deixa de estar associada ao exercício e o paciente passa a ter também dor em descanso.
São os tabagistas quem mais probabilidade têm de desenvolver alguma forma de doença arterial, aproximadamente 10 vezes mais do que o cidadão não fumador.
A diabetes também favorece a doença das artérias, enquanto a hipertensão e níveis elevados de colesterol de baixa densidade são outros fatores de risco a que devem estar atentos todos aqueles que deles padecem.
O Tratamento da Claudicação Intermitente
Previamente ao tratamento, há que fazer o diagnóstico e distinguir a claudicação de causa arterial de claudicação de causa ortopédica, por exemplo.
Para a correta avaliação podem ser necessários vários exames, tais como:
- Índice tornozelo-braço – compara a pressão arterial entre os braços e as pernas;
- Ecografia Doppler;
- Análises de sangue, tais como colesterol ou glicose;
- Angiografia por Ressonância Magnética (AngioRM);
- Angiografia por Tomografia Computorizada (AngioTC);
- Arteriografia.
O tratamento da claudicação intermitente depende do doente, do seu grau de atividade e, claro, do grau de limitação que tem. O que se torna muito limitativo para alguém de 40 anos, pode não o ser para alguém de 80 anos.
Um dos pontos mais importantes do tratamento é o adequado controlo dos fatores de risco. Destaca-se, claro, deixar de fumar. No entanto, esta abordagem passa também pela adoção de um programa regular de marcha. Através do exercício físico, o objetivo é permitir ao paciente andar durante períodos cada vez mais extensos antes de a claudicação intermitente o forçar a parar.
Complementarmente, o paciente poderá ter de ser medicado para controlar outros fatores de risco como hipercolesterolemia, hipertensão ou diabetes.
Fármacos com o objetivo de prevenir tromboses e de estabilizar a doença das artérias (aspirina, estatinas, etc) também ocupam o seu lugar no tratamento da claudicação intermitente de causa arterial.
E quando a claudicação se torna muito limitativa?
No entanto, em casos em que a claudicação é muito limitativa, pode estar indicado um tratamento cirúrgico.
Há várias cirurgias que podem ser realizadas, dependendo do caso em questão.
A cirurgia pode consistir na realização de “uma derivação”, isto é, bypass. Mas pode também ser possível a realização de um procedimento simples, minimamente invasivo, como a angioplastia que consiste no “alargamento” do lúmen do vaso obstruído, por exemplo com recurso a um pequeno balão insuflável.
Ao ser enchido com água, o balão força o alargamento da artéria obstruída, aumentando o seu lúmen. Para garantir que o estreitamento não regressa, é possível instalar no local um stent, isto é, uma malha metálica que fornece sustentação às paredes.
Da fisioterapia à intervenção cirúrgica, existem hoje múltiplas abordagens terapêuticas para a claudicação intermitente.
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Fontes:
- Claudication Symptoms, Causes, Test, and Treatment Guidelines – https://www.medicinenet.com/claudication/article.htm#what_causes_claudication
- Claudication (2018) – https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/claudication/symptoms-causes/syc-20370952
- Prevention and Treatment of PAD (2016) – https://www.heart.org/en/health-topics/peripheral-artery-disease/prevention-and-treatment-of-pad